Ariano Intenso - Cinéfilo - Fã de Star Wars, Iron Maiden, fotografia, arte e cerveja.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

O valor em dar valor



Saímos pelo mundo em busca de nossos sonhos e ideais. Muitas vezes colocamos nos lugares inacessíveis tudo aquilo que está ao alcance das mãos.

Quando descobrimos o erro, sentimos que perdemos tempo buscando longe o que já tínhamos perto.

Culpamos-nos pelos passos errados, pela procura inútil, pelo desgosto que causamos.
Não é bem assim: embora o tesouro esteja enterrado na sua casa, você só irá descobri-lo quando se afastar. 

Se Pedro não tivesse experimentado a dor da negação, não teria sido escolhido como chefe da Igreja.

Se o filho pródigo não tivesse abandonado tudo, jamais seria recebido com festa por seu pai.

Existem certas coisas em nossas vidas que tem um selo dizendo: “você só irá entender meu valor quando me perder – e me recuperar”.

Não adianta querer encurtar este caminho.


Por Paulo Coelho

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Michael Phelps - O filho de Poseidon




Michael Phelps acaba de quebrar um record de 2.160 anos, mantido por Leônidas de Rodes, um dos mais famosos atletas olímpicos da Antiguidade... Leônidas competiu nos jogos de 164 a.C. e conquistou a coroa de louros em três corridas.
O versátil corredor antigo repetiu o feito nas três Olimpíadas seguintes, de 160 a.C., 156 a.C. e depois em 152 a.C., quando já estava com 36 anos.
Milênios foram atravessados, guerras e evoluções tecnológicas aconteceram. Até que Michael Phelps entrou na piscina aqui no nosso País e ultrapassou o Leônidas com sua 13ª medalha olímpica individual de ouro.

Feliz por contemplar um feito histórico e milenar.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

De Dante



“O homem sábio sempre evita dizer a verdade quando ela possa parecer mentira, a fim de não ser injustamente tido por mentiroso.”
Dante Alighieri


segunda-feira, 8 de agosto de 2016

O vaso de porcelana e a rosa



O grande mestre e o guardião dividiam a administração de um mosteiro zen. Certo dia, o guardião morreu e foi preciso substituí-lo.

O grande mestre reuniu todos os discípulos para escolher quem teria a honra de trabalhar diretamente ao seu lado.

“Vou apresentar um problema”, disse o grande mestre. “E aquele que o resolver primeiro, será o novo guardião do templo”.

Terminado o seu curtíssimo discurso, colocou um banquinho no centro da sala. Em cima estava um vaso de porcelana caríssimo, com uma rosa vermelha a enfeitá-lo. “Eis o problema”, disse o grande mestre.

Os discípulos contemplavam, perplexos, o que viam: os desenhos sofisticados e raros da porcelana, a frescura e a elegância da flor. O que representava aquilo? O que fazer? Qual seria o enigma?

Depois de alguns minutos, um dos discípulos levantou-se, olhou o mestre e os alunos a sua volta. Depois, caminhou resolutamente até o vaso, e atirou-o no chão, destruíndo-o.

“Você é o novo guardião”, disse o grande mestre para o aluno.

Assim que ele voltou ao seu lugar, explicou: “eu fui bem claro: disse que vocês estavam diante de um problema. Não importa quão belo e fascinante seja, um problema tem que ser eliminado. Um problema é um problema; pode ser um vaso de porcelana muito raro, um lindo amor que já não faz mais sentido, um caminho que precisa ser abandonado, mas que insistimos em percorrê-lo porque nos traz conforto. Só existe uma maneira de lidar com um problema: atacando-o de frente. Nessas horas, não se pode ter piedade, nem ser tentado pelo lado fascinante que qualquer conflito carrega consigo”.

Por Paulo Coelho