Ariano Intenso - Cinéfilo - Fã de Star Wars, Iron Maiden, fotografia, arte e cerveja.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

E o presente?


Todo apaixonado por futebol sempre é saudosista. Não são raros os torcedores se lembrarem diariamente de grandes ídolos e jogos do passado. Historicamente até os dirigentes embarcam nessa onda é acabam contratando técnicos e jogadores que marcaram no clube.

Agora virou moda unir o saudosismo e a promessa de resultados no futuro. Assim é simplesmente esquecido o que está acontecendo no presente. O momento do nosso futebol me lembra muito aquele velho ditado que diz que o importante é parecer e não ser.

É engraçado como ultimamente clubes emprestam seus nomes para colocar em projetos que deveriam render milhões de reais no futuro próximo, mas que se tornam em grandes fracassos. Acreditando em projetos mirabolantes de arrecadação de dinheiro clubes gastam por conta e, é lógico, só aumentam o passivo no final do ano.

O problema é que no nosso futebol só se fala de passado e futuro para se esconder o que tudo de errado do que está acontecendo agora.

Surfando na onda da contratação de Ronaldo pelo Corinthians os clubes resolveram apostar no encontro entre passado e futuro, com a contratação de grandes ídolos. Nomes como Ronaldinho e Rivaldo são contratados pelo que fizeram num passado relativamente distante e na aposta que deverão trazer de dividendos para o time no futuro.

Lógico, que os dois têm muito talento e capacidade técnica, mas cegos pela história que eles fizeram no futebol e pelos lucros que possam trazer ninguém parece que estar preocupado com a condição deles no momento.

Por exemplo, quais são as reais condições de Rivaldo? O último treinador que o viu jogando um campeonato oficial, Luiz Felipe Scolari, achou que o jogador não tinha mais condições e vetou a ida do craque para o Palmeiras no ano passado. Mesmo mais jovem Ronaldinho Gaúcho faz muito tempo que não consegue ter uma boa sequência de jogos.

Agora, como ainda estamos no início de temporada é muito comum ouvir que os times vão melhorar após as próximas três partidas. Depois disso, vamos ser iludidos ao ouvir que os reforços que chegaram não estão no mesmo nível físico dos titulares e quando se entrosarem o rendimento da equipe ainda vai melhorar.

Quando acontecer a eliminação precoce, não vão faltar declarações que a prioridade do time é o próximo campeonato e que o time foi armado para chegar ao seu auge no segundo semestre. No final do ano a esperança é jogada para a próxima temporada. E assim vai.

No lado nostálgico não faltam aqueles que adoram transformar o futebol em apenas um jogo de coincidências. Para os times que não começaram tão bem o ano sempre vai ser descoberto em uma única oportunidade um time tal perdeu várias partidas no início da temporada e conseguiu ganhar um título.

Transformar exceção em regra é um mantra daqueles que adoram ser saudosistas e confiantes demais no futuro.

Gosto de dizer - e é uma verdade - que o no futebol só vale o resultado da última partida. Então, o que acontece com os times no presente é reflexo do que foi planejado. Então, se algo vai mal agora, vai ser difícil que num futuro próximo algo mude.


Por humberto luiz peron